segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

SAÚDE PÚBLICA À BEIRA DA MORTE! GOVERNOS TRATORAM A POPULAÇÃO E TERCEIRIZAM A SAÚDE PÚBLICA!

    No ritmo que o Governo Dilma (PT) cria medidas de privatização dos Hospitais Universitários, o Governo Beto Richa (PSDB) inicia sua gestão com políticas que beneficiam a classe dominante em detrimento dos trabalhadores.


 
    No dia 05 de dezembro de 2011, mais de 250 representantes da sociedade organizada ocuparam a Assembléia Legislativa do Paraná na tentativa de impedir os deputados estaduais de votarem o PL 915/11. Tal projeto prevê a criação as Organizações Sociais (OS's), que são entidades de direito privado que receberão do Estado altas quantias para assumirem os serviços da saúde pública, sucateando mais ainda hospitais e postos de saúde.

    Porém, sob o mando dos deputados, policiais cercaram a Assembléia para impedir os manifestantes de sairem. Internamente, os seguranças utilizaram armas contra a população.

    Foi de forma forçada que os deputados conseguiram aprovar tal medida de terceirização da saúde, com 39 votos favoráveis e oito contrários. Dos deputados da região, somente Elton Welter (PT) votou contra (apesar de que em outros estados os parlamentares petistas estão defendendo a terceirização). Já o Dep. Duílio Genari (PP) votou pela privatização, fazendo jus ao que o próprio iniciou no governo Lerner, com a tentativa de privatização da Copel.

    Ao invés do Governo melhorar as condições da saúde pública, decretou o seu fim: com as OS's, a saúde não será tratada como direito, mas como um privilégio. O povo que paga impostos, para ter assegurado o direto à saúde pública (que já era precarizada), terá que pagar mais uma vez  para ter acesso à saúde.

CONFERÊNCIA DE SAÚDE CONTRA A PRIVATIZAÇÃO
    No entanto, ao contrário do que o Governo de Dilma e de Beto Richa vem fazendo, durante a 14º Conferência Nacional de Saúde, em 2011, a maioria absoluta dos representantes da sociedade civil de todos os cantos do país votaram não às inúmeras medidas privatizantes dos serviços de saúde. A conferência deliberou resoluções contrárias às OS's, mas os governos não estão acatando o que a representação da sociedade decide. É o claro interesse mercadológico privatista contra a classe trabalhadora.

GOVERNOS CONTRA OS TRABALHADORES
    Fica claro que, escapando de toda demagogia eleitoreira por parte dos governos, os trabalhadores estão sofrendo e sofrerão inúmeros ataques por parte dos representantes da burguesia nacional e internancional. Os governos nunca antes investiram tanto contra a população, contra os serviços públicos e a favor do empresariado e dos grandes industriais e banqueiros.

  
A saúde pública não pode ser tratada como mercadoria! É preciso resistir aos projetos neoliberais. O Psol esteve presente na ocupação e construirá mais ações. As mobilizações não irão parar! Em defesa do SUS 100% público, estatal e sob a administração da participação popular!


Confira mais:

Truculência, tratoraço e privatização dos serviços públicos

As OrganizaçõesSociais e o SUS

14ª Conferência Nacional de Saúde: Vitória contra a privatização do SUS!

PL que privatiza hospitais universitários é aprovado na Câmara e vai ao Senado 


domingo, 25 de dezembro de 2011

Orçamento Federal para 2012: Governo destina mais de 45% do orçamento para pagamento de dívidas para grandes bancos nacionais e internacionais

A Folha Online mostra a aprovação do Orçamento para 2012, pelo Congresso Nacional. A proposta prevê a destinação de R$ 1,014 trilhão para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública no ano que vem, o que representa 47,19% de todo o orçamento. Enquanto isso, serão destinados apenas 18,22% para a Previdência Social, 3,98% para a saúde, 3,18% para a Educação, e 0,25% para a Reforma Agrária, conforme se vê no gráfico a seguir.

(clique para aumentar)

Apesar de grande mobilização dos aposentados (reivindicando aumento real para as aposentadorias maiores que um salário mínimo) e dos servidores públicos do Judiciário (pela recomposição de perdas inflacionárias), o governo não acatou nenhum destes pleitos, alegando “falta de recursos” e a crise internacional. Desta forma, o governo “combate” a crise da mesma forma que os países do Norte: cortando gastos sociais para salvar o setor financeiro.

A extrema intransigência da Presidente Dilma gerou revolta entre os parlamentares da própria base do governo. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP) chegou a executar uma manobra de “obstrução”, por meio do pedido de verificação de quorum, o que faria a sessão se encerrar, e a votação do orçamento ser adiada para o ano que vem. Porém, diante da pressão da base do governo, Paulo Pereira aceitou retirar o pedido de verificação, aceitando em troca apenas a promessa do governo de que irá negociar tais pleitos, além da mera troca do negociador do governo (Duvanier Ferreira seria substituído pela Secretária da Ministra do Planejamento, ou pelo Ministro Gilberto Carvalho). Ou seja: na prática, nada garante que haja um aumento nos recursos para os aposentados ou servidores públicos.

As aposentadorias no valor de um salário mínimo receberão um aumento real, equivalente aos 7,53% aplicados ao salário mínimo. Apesar do governo festejar este aumento, cabe ressaltar que, desta forma, o governo Dilma acumulará, em seus dois primeiros anos, um aumento real médio anual de 3,4%, inferior até mesmo à média de FHC. Continuando-se nesta média anual, serão necessários 37 anos para se chegar aos R$ 2.349,26 exigidos pelo art. 7º, IV da Constituição, que garante um salário que garanta “moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”.

Outras notícias importantes de hoje – dos jornais Estado de São Paulo e Correio Braziliense - mostram o crescimento brutal do endividamento devido às altas taxas de juros, e também à emissão de mais títulos da dívida para a obtenção de recursos – aos maiores juros do mundo - para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) emprestar a empresas privadas cobrando taxas bem menores.

Finalmente, no plano externo, é interessante destacar também duas notícias – dos jornais Valor Econômico e O Globo - que mostram os privilégios dos bancos, que são salvos pelo estado com dinheiro público. Enquanto o primeiro traz artigo de um ex-economista chefe do FMI, reconhecendo que os bancos privados foram salvos às custas do Estado, o segundo mostra a ajuda de meio trilhão de euros do Banco Central Europeu aos bancos privados, a juros de 1% ao ano, para que estes bancos emprestem aos países, ganhando taxas de juros 5 vezes maiores, ou seja, ganhando às custas do povo. 

Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida
http://www.divida-auditoriacidada.org.br/config/artigo.2011-12-21.1595011869/view?searchterm=or%C3%A7amento%20federal%202012

sábado, 24 de dezembro de 2011

FIM DO SEGURO DESEMPREGO: QUEM GANHA E QUEM PERDE?

    Acompanhando a crise do Capital pelo mundo e com ela a precarização do trabalho e afronta a direitos historicamente conquistados, está em vigência a nova lei do seguro-desemprego. Na nova lei, todos os trabalhadores e trabalhadoras que forem despedidos sem justa causa, serão submetidos à entrevistas e, caso não aceitem 3 propostas de emprego, o seguro será cortado. Porém, as condições de tais empregos não corresponderá ao que é exigido pelos trabalhadores. Tampouco o trabalhador poderá escolher não aceitar o emprego e se recompor do ritmo do trabalho.

    Alega-se que o Estado gasta muito com os trabalhadores, porém, “nunca antes na história deste país” se doou tanto dinheiro para banqueiros que aterrorizam os trabalhadores com tantos impostos e altos juros. Há mais políticas de incentivo aos grandes empresários e multinacionais do que para os que realmente constroem esse mundo e produzem a riqueza. Essa é mais uma forma de colocar mais trabalhadores para suprirem os interesses dos empresários pelo lucro.

    No Brasil, há muito tempo a concepção que reina é a do desenvolvimentismo. Porém, este só ocorre através do suor e do sangue dos trabalhadores e trabalhadoras. Forçá-los à continuar trabalhando sempre, incessantemente, com salários baixos e péssimas condições de trabalho é, no mínimo, uma violência direta à classe que produz a riqueza: os trabalhadores. É necessário, a curto prazo, lutar pela (re)conquista desse e de outros direitos que são retirados cada vez mais pelos Governos PT-PMDB-PSDB-DEM (todos que se colocam na defesa dos interesses burgueses).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Deputados do PSOL são os mais atuantes em 2011

    Sob a avaliação de 267 jornalistas que participaram da primeira fase de votação do Prêmio Congresso em Foco 2011, além de milhares de internautas, Deputados e Senadores foram avaliados conforme a forma de atuação. Apesar de o PSOL contar com apenas 3 dentre os 513 deputados federais, o Partido significou referência em atuação.

MAIS ATUANTES - O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) recebeu o maior prêmio, sendo escolhido como o mais atuante do ano. Além disso, o segundo deputado mais votado também é do PSOL, Jean Wyllys (Psol-RJ).
DEFESA DO CONSUMIDOR -  Na defesa do consumidor, dentre todos os deputados, Ivan Valente (Psol-SP) ficou em segundo lugar.
DEMOCRACIA E CIDADANIA - Novamente, o Deputado Chico Alencar se destacou sendo o primeiro colocado no sentido de defesa da democracia e da cidadania.
MELHOR REPRESENTAÇÃO - Noutra pesquisa, que avaliou quais dos deputados abaixo de 45 anos melhor representa a sociedade brasileira, o Deputado Jean Wyllys ficou em segundo lugar.

    Ou seja, mesmo tendo apenas três representantes, o PSOL desenvolve trabalhos extraordinários na denúncia contra  exploração da classe trabalhadora. Além disso, leva-se em consideração o que é exigido pela sociedade, ao contrário do que temos visto com todos aqueles partidos da ordem (oposição ou situação) que mais atuam em favorecimento de grupos e governos com interesse distante da necessidade real dos trabalhadores.

Fonte: Congresso em Foco

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

INDÚSTRIA FRIGORÍFICA É A QUE MAIS LESIONA E MUTILA!?!

    Os lucros nunca foram tão altos. Ao passo que aumenta a produção nas indústrias frigoríficas, aumentam cada vez mais as denúncias contra a forçosa exploração dos trabalhadores neste ramo de produção. A tecnologia, cada vez mais aperfeiçoada, ao invés de ser colocada em benefício dos trabalhadores, é usada para oprimí-los ainda mais. Quanto maior a produção, maior o ritmo de trabalho  - que diminui a vida útil de trabalho dos empregados.

    Mesmo com os altos lucros (que não param de aumentar), os Governos perdoam  dívidas e impostos milionários dessas indústrias em troca do dito “desenvolvimento”. Os trabalhadores são obrigados a obedecer a lógica da exploração. Se reclamar ou mesmo se organizar para resistir, são perseguidos e muitos são mandados embora. Se quem possui contrato com carteira assinada já não têm seus direitos respeitados, aqueles muitos que são contratados hoje através de terceirizadoras não possuem nenhum direito.

    Segundo estudos, bastam 5 anos de trabalho nessas indústrias para que o trabalhador apresente sinais de doença - muitas irreversíveis. Os adoentados recorrem à empresa, porém há médicos que asseguram que devem continuar trabalhando. Ou trabalha doente ou é mandado embora doente ou inválido.

    É uma indústria que produz um exército de trabalhadores lesionados e mutilados. Estima-se que mais de 30% dos trabalhadores efetivos encontram-se em situação de doença.

    E COMO ANDA A LUTA SINDICAL?
    Os sindicatos e centrais sindicais (em especial a CUT),  que em outros tempos lutavam, hoje são base de sustentação de governos que usam o dinheiro do povo para agraciar grandes empresários. As direções dos sindicatos mais atuam como remediadores dos patrões do que lutam contra as péssimas condições de trabalho que são impostas.

    Isso reflete, por exemplo, que em Toledo há muitos trabalhadores da Sadia que deixaram de recorrer ao Sindicato e buscam a justiça através da APLer (Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos). A APLer, desde sua criação, juntamente com o Ministério Público do Trabalho, já abriu inúmeros processos contra a empresa na defesa dos trabalhadores. E houveram vitórias.

    Para avançar rumo à defesa dos interesses dos trabalhadores, é preciso combater o interesse dos grandes industriais e governantes, que não param de enriquecer às custas da saúde dos trabalhadores. Casos de trabalhadores que morrem devido a acidentes de trabalho antes eram motivos para grandes greves e até revoluções. Hoje, a banalização da violência e a naturalização da exploração faz com que todos sigam o ritmo da esteira.

    Ajustar-se à uma sociedade doente não é sinal de saúde. O trabalho que alegam que dignifica é o que nos fazem esquecer que danifica.

Fonte: Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

“VEREADORES AUMENTAM OS SALÁRIOS ASSIM COMO TROCAM DE SAPATOS”. E O POVO?

Em 27 de setembro de 2011, sem discussões ampliadas com a sociedade e sem consulta popular, os vereadores de Toledo aprovaram o aumento do número de cadeiras na Câmara de Vereadores, bem como apontam o aumento abusivo de seus próprios salários e os salários do prefeito e secretários.

Enquanto eles “fazem farra” com o dinheiro público, o trabalhador recebe (se recebe) o desumano salário mínimo de R$545,00. No entanto, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em um levantamento realizado em agosto deste ano, o salário mínimo que deveria ser pago ao trabalhador hoje é de R$ 2.278,77. É o que é calculado, com base na Constituição Federal, para que um trabalhador consiga arcar com suas despesas básicas e de sua família.

OS TRABALHADORES CONCORDARAM COM ISSO? FORAM CONSULTADOS?
O que se tem visto - como nestes episódios - é a  agressiva oposição entre os interesses do povo e dos ditos representantes. Os mesmos que dizem lutar pelo povo, representar, são os que aumentam seus salários, decidem o que bem entendem.

Quanto mais se tem utilizado o discurso de “fortalecer” a representação no parlamento, menos o povo tem participado e decidido o que realmente quer. Se é bom aumentar o número de vereadores, os salários é a população que deve decidir sobre isso.

Assim, fica a lição, cada vez mais dolorida na história dos trabalhadores, que quanto mais se retira o poder de decisão do povo, mais distante estará da realidade que deseja. Ao povo restou o propagandeado “exercício de cidadania”: o dever de não exigir o que é direito.

É PRECISO IR ÀS RUAS!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O problema da Meia-entrada em Toledo!

A Lei da meia-entrada não é respeitada em Toledo, nem pelo Poder Público, nem pelas empresas.

Estudantes, doadores de sangue, idosos, deficientes físicos e professores tem DIREITO a pagar somente meia entrada em todo e qualquer evento organizado (tanto pelo poder público como pela iniciativa privada) que remeter a realização de espetáculos musicais, artísticos, circenses, teatrais, cinematográficos, atividades sociais, recreativas, culturais, esportivas e quaisquer outras que proporcionarem lazer, cultura e entretenimento.

No entanto, somente no cinema existe o cumprimento desta lei. Em Toledo, quando há atividades dos tipos descritos acima, dizem que cobram meia entrada, mas fazem valer como se fosse ingresso antecipado. Ocorre um grave erro aqui, além de um desrespeito à lei: a meia-entrada é válida tanto se for na compra do ingresso antecipado como na hora do evento. Ou seja: se o antecipado for R$10,00, pagar-se-á meia deste. Também deverá ser pago metade do valor cobrado na hora. Ou seja, a fiscalização deverá atuar mais, pois em Toledo a lei não é cumprida.

Confira abaixo as Leis que garantem meia-entrada:
  •  (ESTUDANTES) LEI ESTADUAL Nº 11.182  – 23/10/1995 Assegura o pagamento de metade do valor efetivamente cobrado para ingresso em casas de diversões,espetáculos, praças esportivas e  similares, aos estudantes regularmente matriculados em estabelecimentos de ensino conforme especifica.(CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A LEI)
  • (DOADORES DE SANGUE)  LEI ESTADUAL Nº 13.964 – 20/12/2002 Concede desconto de 50% (cinqüenta por cento) em Eventos Culturais Artísticos para doadores de sangue. (CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A LEI)
  • (PROFESSORES) LEI ESTADUAL Nº 15.876 – 07/07/2008 Assegura, aos professores da rede de ensino público e particular de todo o território do Estado do Paraná que estejam exercendo suas funções, o pagamento de 50% do valor realmente cobrado para o ingresso em estabelecimentos e/ou casas de diversões, praças esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e difusão cultural, conforme especifica.  (CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A LEI)
  • (IDOSOS) LEI ESTADUAL Nº 14.043 – 28/04/2003 Institui meia-entrada para idosos [a pessoa com mais de 60 (sessenta) anos de idade] em locais que menciona e dá outras providências. (CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A LEI)
  • (DEFICIENTES FÍSICOS) LEI ESTADUAL Nº 16.675 – 20/12/2010 Institui a meia entrada para deficientes físicos nos eventos teatrais realizados em todos os locais públicos de cultura, em casa de diversões, espetáculos, praças esportivas e similares do Estado do Paraná. (CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A LEI)
 Além disso, o PROCON-PR dá orientações quanto à meia-entrada. Confira no endereço

http://www.procon.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=507


MEIA-ENTRADA É UM DIREITO E NÃO UM FAVOR!
O Psol defende os direitos dos trabalhadores!
Para denúncias, contate-nos: psoltoledo@gmail.com

INFORMATIVO DO PSOL/TOLEDO

Clique na imagem abaixo para leitura/download do primeiro informativo
 organizado pelo PSOL de Toledo.

Boa leitura!



Estamos abertos a receber proposições, denúncias, críticas, corrigir equivocos etc.

Comissão Provisória
PSOL/Toledo-PR

sábado, 17 de dezembro de 2011

UM NOVO PARTIDO EM TOLEDO: PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE - PSOL

Em setembro de 2011 ocorreu um encontro em Toledo-PR que reuniu aproximadamente 40 pessoas de diversas organizações no intuito de discutir e encaminhar ações para uma nova organização de luta social em Toledo.

Dentre os pressupostos, houve o entendimento de que nunca antes banqueiros, grandes industriais e organismos internacionais lucraram tanto às custas do povo. Ao passo que de tudo que o Brasil arrecada anualmente, quase metade vai para bancos e para pagamento das dívidas. A representação parlamentar e os governos atuam descaradamente em favorecimentos dos grandes oligopólios e ainda barram toda iniciativa popular. Nunca houve tanto armamento policial e militar para reprimir a população pobre, aos trabalhadores e jovens. 

Ao mesmo tempo, quando a sociedade vai às ruas, as forças repressivas são acionadas e agem com violência contra a população. Tudo para manter o bom funcionamento da instituições que são usadas pelas elites para oprimir a sociedade. O povo, quanto mais trabalha, menos tem seus direitos assistidos. Nunca houve tanto adoecimento por causa das relações de trabalho. Nunca os lucros dos patrões foram tão altos ao passo que os salários dos trabalhadores são tão baixos. A produção e o consumo desenfreado aumentam às custas do endividamento sem limites do povo e da exploração dos recursos naturais com consequencias irreversíveis.

Cada vez mais percebe-se o enraizamento das idéias e projetos mercadológicos sendo impostos em todas as esferas da vida social. Na educação, na cultura, no trabalho, na arte, na comunicação, na religião, no esporte, na intelectualidade, no lazer etc. Enfim, tudo centrado no fortalecimento das instituições dominantes, no consumismo e no modo de vida burguês individualista e da concorrência - que reafirmam o domínio capitalista em detrimento da auto-realização humana. A sociedade do consumo chega em seu limite, demonstrando que para a existência do capitalismo é preciso negar a existência do gênero humano e da natureza. 


FUNDAÇÃO DE UM NOVO PARTIDO
Diante dessas leituras sobre a realidade, houve um encaminhamento no referido encontro: a fundação do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL. Um novo partido, mas não com os mesmos interesses. Não para focar a luta em torno do parlamento. Pelo contrário: é pela reorganização da classe trabalhadora em torno de um projeto de resistência e rompimento àquilo que origina a exploração e as opressões. 

            Assim, homens e mulheres, jovens e estudantes, desempregados e professores, operários e jornalistas, artistas e profissionais em geral, todos na organização do PSOL, que já conta com muitas atividades previstas para 2012. Será uma nova ferramenta de ação política no município e que se articulará regional, nacional e internacionalmente para levar à frente a voz e as bandeiras dos trabalhadores, das minorias, dos oprimidos e da juventude.
           
            Em breve será divulgado o primeiro informativo impresso da Comissão Provisória do PSOL em Toledo. Pela internet pode ser acompanhado pelo endereço WWW.PSOLTOLEDO.BLOSPOT.COM.

Comissão Provisória 
Partido Socialismo e Liberdade - PSOL 
psoltoledo@gmail.com

           

[ARTIGO] "Senta igual uma mocinha"

Senta igual uma mocinha

*Por Anna de Castro
“Você precisar ser mocinha! Fecha as pernas! Não coloca isso aí! Precisa se arrumar mais! Quem vai querer uma namorada assim? Tá igual seu irmão! Precisa se valorizar. Precisa esperar o homem ideal! Precisa esperar o momento ideal! Os homens fazem sexo as mulheres fazem amor. Passado de mulher e cozinha de restaurante… Vai ficar rodada (falada). Tá agindo igual uma piranha. Mulher é de um homem só. Boceta é um negócio feio! É natural de a mulher querer menos sexo. A mulher prefere fazer amor. O homem da minha vida. Não sou suas negas! Não sou dessas! Tá achando que sou alguma piranha?”

Tanta coisa a gente ouve tanta coisa a gente diz…
 
Para início de conversa, esse texto não é intencionalmente feminista e não vai ter linha teórica e palavras complicadas. É escrito de uma mulher qualquer para outras mulheres “qualqueres”. É só um desabafo para o que esses olhos observam e esse coração se inquieta e ofende através do ouvido. O texto é isso uma questão de sentido sobre como nós, mulheres e homens, somos oprimidos sexualmente das formas mais bem intencionadas e singelas.

Só o fato de um bebê ser mulher já inclui comentários sobre os perigos que os pais irão sofrer: uma menina custa mais caro; o pai irá lidar com os namorados, etc. Esses são os recados da sociedade para que aquele casal cumpra o papel de, logo de início, envolver a criança nesse sistema de opressões. É delegado aos dois a tarefa de passar a vida inteira sendo os guardiões da hipocrisia, da castidade, da moralidade e do puritanismo. Eles cumprirão esta função e, conseqüentemente, serão a condenação e a culpa que as mulheres carregam pelo resto da vida de não serem castas e de se sentirem usadas.

Nasce a garotinha, fura-se a orelha, veste-se de rosa sua imagem – está declarada nesse momento com o simbólico da fragilidade. Os nossos banhos são dados pela mãe, avó, prima, tia e qualquer mulher! Nosso pai é afastado nesse sentido e qualquer colo masculino numa família mais tradicional já é decretado como impróprio. Medo de alguma violência talvez. Mas também considero que aqui o homem ganha um papel animalesco e talvez esse seja o motivo de tantos ainda violentarem as crianças dentro da família. Eles não foram educados para serem responsáveis, amáveis, cuidar das crianças com a totalidade da criação. Não foram expostos a ter o olhar não vinculado ao sexo. O mundo do afago para homens consegue, nesse sentido, ser mais distante e oprimido ao da mulher: geramos doenças e violência por isso.
A sociedade cria os homens para serem os machos opressores e violentos.
Nesse exato momento que escrevo o texto no notebook acabei de escutar a vizinha com apenas 9 anos atendendo, à clara luz da manhã, pessoas em casa. Ela do lado de dentro do portão, um homem que entregaria uma encomenda a seu pai. Ele deixou um embrulho e ela se comportou como uma “moça”! E mesmo assim, surge uma mulher mais velha preocupadíssima que a criança atendeu o portão com o amigo do pai à porta. Exemplo prático de como é demonstrado como perigosa qualquer aproximação com um homem. E seguem os sermões com a criança.

Então começam nossas primeiras brincadeiras: ainda bem pequena a mão que não sossega de quando encontra a boceta (prefiro usar esse termo porque me é mais familiar e confortável). É o momento em que os meninos arrancam risos da família mostrando que são machos e nós descobrimos que temos uma vergonha! Dizem pra gente esconder; não mexer! Os mais modernos dizem que pode machucar! Os ultramodernos avisam que a mão está suja. Mas não existe ninguém perguntando se nós queremos entrar no banho pra ficar brincando e descobrir o que tem lá. Ninguém trata como se fosse qualquer outra parte do corpo. O órgão feminino já é omitido quando nos ensinam a falar os nomes: Onde ficam os olhos? Nós aprendemos! Assim como pernas, ouvidos, nariz, boca, pé, dedos, barriga. Os peitos e a “perereca” sumiram e ninguém diz “Achoooou!!!”.

Devem ter achado feio e incorreto porque eu designei o termo perereca. Mas diferente do que se ouve por ai acho que apelidos são sempre bem vindos e todas as partes do corpo tem. Então se não for servir de subterfúgio para não dizer os nomes reais por vergonha é bem vindo trazer um ambiente carinhoso e lúdico com o contato com o corpo logo de início.
Como estava contando… já esconderam as nossas “vergonhas”, agora fazem questão de que tenhamos autonomia na vigilância. Ouve-se incansavelmente o “fecha as pernas!”. Gostaria de saber porque diabos (além de servir como tortura) se veste uma menina de saia e pede que a criança mantenha a perna fechada para não mostrar a calcinha. Pronto! Está reforçada a vergonha que teremos futuramente em nos mostrar, encontrar, despir e gozar. Isso já está estabelecido quando ainda não aprendemos a ler.

Agora vêm as brincadeiras de criança! Os mundos divididos em brincadeira de menino e brincadeiras de menina. São reforçadas as tendências esperadas dos grupos sociais: os trabalhos mais pesados e físicos para o homem e as atividades mais quietas e sensíveis para as meninas. Então incluem que nós iremos brincar de boneca; fazer comidinha; escolinha; ser enfermeira; ter uma boneca arrumadinha; princesa-modelo que encontra o namorado. Também existe a falta de brinquedos mais intelectuais e livros. Ficamos sem os livros de aventura e os Legos, sem brinquedos de madeira e os robóticos. Alguns pensarão que isso já está mudando ou é passado, mas é tão evidente no meu convívio (de classe social mais baixa) que achei pertinente citar. Até porque, mesmo os presentes servem para enraizar a ideologia que serão as meninas mais pobres que ainda terão que trabalhar cuidando dos filhos delas e das outras da própria comunidade; de classe média que não possuirão disponibilidade.

Com tanta opressão e ao mesmo tempo tanta projeção para o comportamento ideal diante da avaliação de um homem é compreensível que nossa sexualidade exploda durante a adolescência e que nós só pensemos em amores, paixões, descobertas… porque mesmo que ainda escondidos esse é o momento mais propício. Talvez se desde sempre fossemos consideradas um processo contínuo e natural nós não seríamos tão incisivas e também não supervalorizaríamos as relações. A adolescência é um período muito forte para a mulher já que existem a vontade biológica e a pressão social ideológica que foi construída pelo amor romantizado. E nessa fase tudo isto acaba se somando, causando as maiores desilusões e mais sofridas na mulher.
Somos exageradamente sentimentais. Ainda não classificamos os tipos de relação; ainda queremos que as primeiras relações sejam capazes de, por si, mostrarem um valor superior, sobre os valores esperados pela família. Esperamos que o menino cumpra papel de protetor e honroso sobre a importância da nossa virgindade e mostre como ela deve ser enaltecida por eles. - Disseram-nos que nossa importância estava medida ali,  como um produto tem seu lacre, como um objeto que foi violado e usado e agora não tem valor de compra. – Esse é o momento que somos perdidas dentro de nós mesmas, que o mundo real não é coerente com os ensinamentos, que a nossa natureza se sobrepõe à hipocrisia social humana. Perdidas para a família, perdidas dentro de nós!

Durante a juventude culpamos os homens por nos usar. Toda relação será uma possibilidade de estabelecer vínculo profundo pleno e longo e mesmo que esse homem não seja interessante para um relacionamento. Mesmo que não haja um prazer real é dada a ele essa importância. Não existe ainda um conhecimento filtro e uma classificação sobre isso propriamente nossa. É o momento de sofrer com as amigas, de correr atrás, de brincar de gato e rato com os rapazes. Nas conversas entre amigas os relatos auxiliam nas descobertas mínimas feitas. Ficam expostas as opressões, medos conscientes e talvez expostos para estabelecer para amiga que você é pura ainda que no medo. Mas, merecidamente na realidade, eles são ignorados e resta às amigas a defesa da nossa “fragilidade” “expectativas” ou o julgamento torto e perverso sobre a outra como fazemos internamente com nós mesmas.

Os rapazes tiveram uma liberdade maior com relação à sexualidade conjuntamente com a supervalorização da sua virilidade lutam para acumular experiências em números e cumprem o papel por não estabelecer vínculos profundos. Também é cobrado a ele o papel de macho e reprodutor. O número de mulheres se torna algo importantíssimo na sua apresentação como homem. Mesmo que não seja estabelecida uma intimidade necessária para o maior desenvolvimento e técnica para percepção dos prazeres do próprio corpo e da parceira.
Com o tempo as coisas são melhores dosadas para algumas mulheres. Os casos com homens socialmente-não-adequados são escondidos e as relações duradouras e ideais apresentadas – essas ainda tem um caráter revolucionário à medida que já conhecem seu próprio prazer e sabem que, mesmo que a sociedade cobre um “status”, Tesão é algo independente nisso. Existirão mulheres que reinventarão a própria pureza e castidade se glorificando dos poucos homens que tiveram e os relacionamentos profundos ou se vitimizando cotidianamente. Outras terão uma postura radical a acumularão parceiros, mas essas, socialmente, não são aceitas; internamente já percebi algumas demonstrando que o exagero é decorrente de uma autopunição, autoflagelo. Outras podem ter vários parceiros por prazer, mas ainda restará o gosto cruel e amargo de não ser o tipo ideal de mulher que consegue se reprimir. Em certo momento poderemos ser qualquer uma dessas ou uma mistura de várias.

Tudo que eu disse aqui é superficial generalizado e pessoal. A questão é bem mais profunda e fundamentada, mas é um tipo de pensamento que não pode ficar perdido dentro de nós. Senão o tempo corre e poderemos futuramente ter conivência e reproduzir essas opressões ou pior deixá-las dominarem dentro de nós.

 *Anna de Castro é professora e estudante de Direito da UFF.

PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE - Comissão Provisória Municipal de Toledo - Paraná