segunda-feira, 28 de abril de 2014

MOÇÃO DE APOIO À GREVE DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO PARANÁ

Os militantes do PSOL de Toledo, reunidos no 1º Congresso Municipal do PSOL de Toledo-PR, no dia 26 de abril de 2014,  discutiram e aprovaram a seguinte moção:

TODO APOIO À GREVE DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DO PARANÁ!

No dia 23 de abril iniciou-se a greve dos trabalhadores rede estadual de educação básica pública do Paraná. Depois de diversas tentativas de negociação das pautas da categoria com o governo, cansados de enrolação e do não cumprimento de pontos já negociados, os trabalhadores paralisaram mais de 85% das escolas em todo o Estado.

O motivador da greve vem do crescente descaso e o desmonte da educação pública. O governo Requião/Pessuti (PMDB) entregou o Estado com um rombo na Paraná Previdência, deixou as progressões e promoções de servidores atrasadas, sucateou o serviço de atendimento à saúde do servidor (SAS) e várias escolas ficaram sem estruturas mínimas de funcionamento. 

O atual governador, Beto Richa (PSDB), quando ainda em campanha, se comprometeu em superar essa conjuntura, além de atender demais pautas da dos que lutam por uma educação de qualidade no Paraná. No entanto, próximo ao final de seu mandato, vários acordos não foram respeitados e o governo alega limitações orçamentárias.

O ESTADO ARRECADA CADA VEZ MAIS MAS NÃO INVESTE NOS SERVIÇOS PÚBLICOS
O Paraná está arrecadando cada vez mais. O PIB tem só crescido nos últimos anos, algumas vezes acima da média nacional – como os 5% de 2013. O setor industrial está em expansão, sendo considerado o segundo maior crescimento do país no último ano. De 2009 a 2013, as exportações cresceram em 39%. Somos considerados o segundo maior estado na produção de grãos do país, levando a um crescimento de 16,2% da produção agrícola em 2013. A receita tributária também aumentou, através dos impostos, tendo aumentado em mais de 15% nos últimos dois anos, fazendo do Paraná um dos estados que mais arrecada, proporcionalmente.

Só que para os serviços públicos, o governo alega que não há orçamento, realizando uma série de cortes orçamentários e paralisando obras e o pagamento de fornecedores. Ou seja, os problemas na educação não são isolados no Paraná.

Beto Richa e sua base aliada terceirizou a saúde, a cultura e a TV pública. Retrocedeu no software livre e desrespeita a autonomia universitária. Realizou uma série de cortes das verbas de custeio das universidades estaduais e não repassa os recursos para a pesquisa e difusão de eventos científicos. Os trabalhadores do serviço público estadual sofrem com calotes e o descumprimento dos acordos salariais.

Sem contar o inchaço de cargos comissionados com altos salários, que contaram com um aumento estratosférico de 30% no último período, além da aprovação do auxílio moradia de R$4.000,00 mensais aos juízes.

A LUTA DOS TRABALHADORES E AS ELEIÇÕES 2014
Não devemos ter ilusões quanto às promessas neste ano eleitoral. As três maiores candidaturas apresentadas até então (Beto Richa-PSDB, Roberto Requião-PMDB e Gleisi Hoffmann-PT) tentam forjar uma falsa polarização e dificilmente apontarão algo que venha a mudar esse cenário.

A senadora do PT tem sido a principal figura nacional na defesa das privatizações dos serviços públicos, das rodovias e portos, na ofensiva contra os povos indígenas e na defesa do agronegócio, além da implantação da EBSERH, que significa a privatização dos Hospitais Universitários em todo o país.

De modo geral, os governos estaduais do PMDB, PSDB e do PT, com sua política neoliberal, têm investido duros ataques à educação pública e outros serviços, desfazendo a ilusão daqueles que confiaram seu voto. Aqui na região sul, para além do governo Beto Richa (PSDB), basta observarmos a gestão de Tarso Genro (PT) no Rio Grande do Sul, por exemplo, que também não cumpre a lei do piso, além criminalizar os trabalhadores que vão às ruas.

SÓ A LUTA MUDA A VIDA. TODO APOIO À GREVE!

Não resta outra alternativa aos trabalhadores que não seja a greve. E, para quem defende a educação pública e de qualidade, não resta outra alternativa que não seja o apoio ao movimento.

É por isso que nós, do PSOL, além de participarmos da greve através dos nossos professores, funcionários e estudantes filiados, manifestamos nosso apoio público ao movimento grevista dos trabalhadores da educação. Só a luta poderá mudar esse cenário e resistir aos ataques do governo, seja agora ou para depois das eleições.

As mudanças que precisamos dificilmente virão das eleições. É preciso que os trabalhadores em geral organizem-se cotidianamente para defender o projeto de sociedade que queremos, enfrentando e denunciando o projeto de sociedade do capital.

Para o momento, defendemos na íntegra a pauta da greve apresentada pelos trabalhadores em educação, que pode ser conferida no endereço http://app.com.br/greve/?p=86

Toledo, 26 de abril de 2014


I Congresso Municipal do PSOL de Toledo - Paraná




PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE - Comissão Provisória Municipal de Toledo - Paraná